A ansiedade e as redes sociais


  Há algumas semanas tomei a decisão de sair das redes sociais, desativei minhas contas no Facebook e Instagram e após alguns dias decidi dividir com vocês como tem sido essa experiência.
  Eu tenho ansiedade, faço terapia há alguns meses e ao longo do tempo tenho tentado muitas estratégias para evitar as crises e conseguir controla-las. Porém há alguns dias que são mais difíceis do que outros, e ao passar por vários dias seguidos ansiosa sem conseguir resultados eficazes com as técnicas que eu já estava acostumada a tentar, comecei a refletir sobre qual era o momento que eu começava a ficar mais agitada e o que acontecia para que essa ansiedade fosse crescendo e se transformasse em uma crise difícil de controlar.
  Depois de dias tentando analisar as últimas crises de vários ângulos diferentes, percebi que tudo começava nas redes sociais. Eu mexia no celular, ia vendo o perfil de outras pessoas, hashtags, e ia passando de um perfil para outro, e mais outro, o tempo ia passando, a mente ficando mais acelerada, o coração batendo mais rápido, então pensamentos catastróficos tomavam conta de mim mas para me distrair e relaxar eu continuava a mexer na rede social, me prendendo assim num ciclo vicioso.
  Percebendo isso, comecei a pesquisar na internet alguns vídeos de pessoas que passaram por isso e relataram como estava sendo sua experiência longe das redes. Após assistir o vídeo abaixo eu não tinha mais dúvida sobre qual seria a minha próxima atitude.
  Desativei minhas redes sem nenhum medo, como num ato de coragem com a esperança de ficar bem, e eu fiquei! Desde que sai dos aplicativos eu não tive mais nenhum episódio de crise! 
  O que trago aqui não é uma receita de bolo, que irá funcionar com todo mundo, mas imagino que irá ajudar algumas pessoas que estão lendo esse texto. Compartilhei minha iniciativa com alguns amigos, e para minha surpresa eles passavam por dificuldade parecida com a minha, decidiram tentar fazer o mesmo e também relataram resultados positivos.
  O intuito das redes sociais inicialmente era para aproximar as pessoas, e para mim por muito tempo cumpriu esse papel, me aproximando por exemplo do meu pai e irmã que moravam em outro país, porém quando elas começam a interferir no nosso desempenho acadêmico, profissional, na nossa vida social e na maneira como nos vemos, é preciso tomar cuidado.
  Não estou demonizando aqui o uso desses aplicativos, aliás gosto deles! Mas para quem tem encontrado sérias dificuldades em ter controle, talvez lhe faça bem se afastar por um tempo desse meio.
  Esses aplicativos deveriam ser um complemento a nossa vida, um detalhe para comunicar e compartilhar bons momentos, mas para muitos tem se tornado a própria vida do sujeito. Parece que a pessoa vive para compartilhar uma foto bonita e receber muitos likes de amigos que na maioria das vezes só estão no mundo virtual. Se a pessoa vai para algum lugar se sente na obrigação de compartilhar isso com todos, e de nada valeria ir para esse lugar se não for compartilhar e mostrar para todos como sua vida legal.
  Deixamos de aproveitar o agora, podemos estar em um restaurante ou uma festa muito legal, mas estamos ali filmando, tirando fotos, postando e conferindo os comentários e curtidas, sem ao menos interagir com quem está ao nosso redor, pois afinal estamos respondendo os comentários dos nossos amigos. Ao sair para jantar, ou em um show, repara a quantidade enorme de pessoas que estão mexendo no celular e não reparando no que está se passando a sua volta.
  E tudo isso para que? Para mostrar aos outros que você é feliz? Já parou para pensar de onde vem essa necessidade em provar para todos essa tal felicidade que sente? Será que ela é real? 
  É estranho notar a reação de algumas pessoas ao saberem dessa minha decisão, boa parte se escandalizou, como pode em pleno 2018 não ter um Facebook? Por tantos anos a nossa sociedade funcionou sem esse tipo de serviço, por que tomar essa decisão é motivo de espanto? Talvez as pessoas esqueceram de como é viver uma vida no privado, e que podemos nos divertir sem precisar mostrar para milhares de outras pessoas.
  Mas e os "amigos"? Eles vão me esquecer! 
  Os amigos de verdade são aqueles que não dependem de ver um post novo em sua time line para lembrar de sua existência.
  Viver o agora é libertador, como é gostoso apreciar a companhia de alguém sem ter que dividir a atenção com o celular. É muito bom passar os dias vivendo a sua vida sem ser interrompida por várias mensagens no dia de pessoas opinando sobre suas escolhas e acompanhando cada passo seu. Ainda temos o plus de ficar longe dos fofoqueiros que só querem saber de nossa vida para falar mau e alimentar o próprio ego.
  Tomar essa decisão foi algo libertador para mim! E em poucos dias já senti efeitos muito positivos. Recomendo a quem tem tido dificuldades em controlar a ansiedade e até mesmo auto estima a fazer esse teste, passar alguns dias longe e ver como se sente.
  Conforme o vídeo acima, ao parar de acompanhar a vida das outras pessoas começamos a apreciar cada vez mais a nossa, paramos de comparar e achar que a grama do vizinho é melhor. Vemos quem são os nossos amigos de verdade, que na realidade não são aqueles que sempre curtem nossas fotos, mas aqueles que te ligam sem motivo nenhum dizendo que estão com saudades e convidando para um café. Ao sair das redes não tenha medo de perder amigos, pois quem se importa com você de verdade não tem apenas o Facebook como meio de comunicação, a vida real é sempre melhor.
  E para os solteiros de plantão preocupados em como irão achar a sua metade da laranja sem ter um perfil na internet, lembro que nossos avós e pais não tinham isso na época deles e tudo corria bem. Aliás, eu mesma conheci pessoas muito bacanas sem precisar das redes, qualquer lugar é possível de fazer uma nova amizade ou até mesmo conhecer o amor da sua vida, pode ser num ônibus, trem, num parque ou praia... e falo isso por experiência própria!
  Aprenda a viver o agora, viva a sua vida de maneira plena e com os pés no chão.
  Se você está passando por algum tipo de dificuldade na auto estima, depressão ou ansiedade, não desista de lutar por você! Invista nas estratégias que possam te ajudar a superar esse momento difícil e não tenha medo do que vão pensar de você, pois afinal, no fim do dia é só você lidando consigo mesmo.
  Cuide de você em primeiro lugar!

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